ON SAMPLING or A QUEM POSSA INTERESSAR
A quem possa interessar ... sobre sampling HOJE, escrevi isso pensando na historia que rolou com a Karine Alexandrino que eu e Eli admiramos imensamente e também por experiência própria com o TETINE depois de muito chão e historias como essa no CV. A coisa não eh tao simples assim, e ter que aturar desavisados patrocinados se vc eh um artista realmente independente eh uma grande merda. Otarios neo-liberaralistas e gente sem passado, sem presente mas com muito "futuro" brincando de ser artista eh uma coisa que me pega de frente, sempre pegou. Enfim ta aqui, se vc entende um pouquinho de SAMPLING de maneira menos obtusa e com um approach mais livre... da pra entender o drama todo.
I - Primeira conversação
Pra mim a coisa funciona mais ou menos assim: se vc quer samplear uma ideia, um conceito de alguém ou simplesmente um pedaço de audio vc tem que celebrar o sampler e o sampleado. Eh essa soma que faz a coisa toda ficar interessante que eh a celebração de duas ideias aparentemente em choque. Começou assim la atras com Afrika Bambaataa sampleando ultra-poeticamente Trans Europe Express do Kraftwerk. Ali os dois artistas estavam em total harmonia se celebrando mutualmente em audio e em conceito também. Não tem como dar zebra. O hip hop inteiro sabe disso genuinamente, o funk carioca sampleia ideias/conceitos/audio com a maior classe do mundo, o grime todo sabe disso, o eletro, eletroclash e afins tb… enfim todo bom sampleador que usa um sampler sem deixa-lo irreconhecível, isto eh, (VEJA BEM) estou falando de gente que gosta de samplear conservando as características do audio ou do conceito sampleado' (como eh o caso aqui nessa historia da Karine com a outra cantora e como ja aconteceu inúmeras vezes com o Tetine qd surrupiado em conceito ou em audio mesmo). Quem sampleia o mundo atraves desse olhar da 'citação' sabe disso desde o começo. Eu entendo sampler assim, o resto eh coisa de publicitário/produtor/artista panaca tentando achar ideia pra fazer jingle/comercial de produto etc etc ou artista muito desavisado querendo se dar bem… e digo isso não soh na musica, mas nas artes plásticas, na teoria, na crítica, em curadoria, em títulos de obras e tal. Pegar a raspa de uma ideia que não eh SUA sem celebra-la, (VEJA BEM) SEM CELEBRA-LA eh coisa de babaca. Seja em titulo de obra, seja em qq conceito iniciado por alguém.
Se nego não cita de onde empregou (se nego não reconhece a angustia da sua propria influencia e finge não saber de onde tirou o lance) tem que pegar pesado mesmo!
SILENCE EQUALS DEATH >> MORTE AOS GENTRIFICADORES DE IDEIAS. ELES EXISTEM e na maioria das vezes estão mais perto do que vc imagina.
II - Segunda Conversação
Continuando no mesmo pensamento.... sampling é uma tática de ‘apropriacao’ muito sofisticada e complexa. Definitivamente não faz mais parte só do universo musical; é também um 'readymade' duchampiano mas que, ao meu ver, vai alem do objeto apropriado quando pensamos no seu alcance conceitual por causa de uma liquidez existente no processo todo. Vc não consegue pegar a coisa, ela é liquida - como agua no mundo dos sentidos. O difícil disso tudo, é que se torna uma tática e uma estratégia ESCROTA na mao de gente DESAVISADA e na mao de gente com mas intenções.
Outra coisa é que o mesmo processo se torna tb um OASIS no deserto da publicidade e marketing, dai as milhares de reclamações de artistas se sentindo clonados no mundo todo hoje em dia. Na mao de um artista neo-liberal/careta/publicitario SAMPLING vira CARTAO DE CRÉDITO satisfazendo a maquina capitalista de desejos. E claro que ai tambem ativa uma maquina de ódio.
Outra coisa é que o mesmo processo se torna tb um OASIS no deserto da publicidade e marketing, dai as milhares de reclamações de artistas se sentindo clonados no mundo todo hoje em dia. Na mao de um artista neo-liberal/careta/publicitario SAMPLING vira CARTAO DE CRÉDITO satisfazendo a maquina capitalista de desejos. E claro que ai tambem ativa uma maquina de ódio.
O processo de SAMPLING trabalha com sentido da ideia, conteudo, forma e com a expectativa do ouvinte, do leitor, do apreciador e também do artista (tanto aquele que originou o “sample”, digo a ideia... quanto aquele que a apropriou sampleando o discurso à sua maneira.
Não da pra não omitir algo ja existente se vc usa um 'sample' nesse sentido… e fica uma pouco mais grave quando a coisa não eh uma colaboração entre dois artistas,
Que fique claro tb eu estou falando de 'samples reconhecíveis', ideias reconhecíveis e nao de out of limits sampling, distorção, multismapling e tal que dai ja é uma outra conversa.
#tropicalpunk #sampling #readymade #cartaodecredito
#mulhertombada #tetine #karinealexandrino
Tetine & Karine Alexandrino at COMA - Conexoes em Musica & Performance, Belo Horizonte, Outubro 2011
Labels: bruno verner, celebracao, citacao, copia, copiados, eleite mejorado, karine alexandrino, mulher tombada, mutant tropical punk, plagio, sampleados, sampler, sampling, silence equals death, tetine, tropical punk
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