Além de fictícia a idea da 'classe media’ brasileira (eu chamo "o sonho neo-liberal brasileiro de aspiração”), eu diria que o capiltalismo em sua forma mais absolutista e realista no presente-perpetuo eh uma maquina biológica e linguistica de morte pronta pra foder também a nova classe cognitiva de hoje, ou seja, todos nós que na verdade somos a classe operária digital sem a poética da 'maquina industrial' de antes e sem o ‘patrão’ físico para poder lutar contra.
A nova classe cognitiva que usa facebook, twitter, tumblr etc e que navega 24/7 pelo mundo virtual sitiado, globalizado e capitalizado….. eh solitária, deprimida, sleepless, ansiosa, competitiva e suicida. Não eh capaz de encontrar nenhum tipo de solidariedade. Não se importa com o outro. Eh individual. Eh fraca, sem vontade, morta, cansada, mediana. Por isso ta fodida sempre, por isso nao sabe que esta fodida, por isso esta zumbificada, por isso nao consegue ser mais criativa e vive de cópia e pastiche, por isso nao consegue dar um passo além da ironia e por isso nunca vai colaborar de verdade com ninguém.
A classe operaria industrial sentia o mesmo mas era inteligente, solidária, humana, sexual, forte….tinha energia psíquica de sobra e muita disposição, por isso conseguia fazer tudo isso com mais autonomia... ate se suicidar como um ato de resistência se fosse o caso. Ou seja conseguia se organizar pra poder foder com o 'patrão' e ainda criava tempo pra comentar ou vomitar essa relação de morte em arte, no bar ou em música.
Nesse novo semio-capiltalismo mutante a infelicidade vai ser mutua entre o explorado e explorador. Se assim for, o explorador também vai se foder a qualquer momento. Vai ser humilhado e vai perder a auto-estima.
Para além da competição, a moeda corrente é a desorientação.
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