TETINE

Monday 31 August 2015

O BANDIDO

Here's a piece of tropical crude thinking we did on the occasion of the performance Tetine Vs O Bandido da Luz Vermelha back in 2011. 

"O Bandido" is a song we wrote in the summer of 2011. It came up as an inter-semiotic free  rework of the narrative & dialogues of Rogerio Sganzerla's film 'O Bandido Da Luz Vermelha' (1968) which Tetine re-scored live in its entirety back in 2011 at Sesc Vila Mariana in Sao Paulo. O Bandido first ever live perfomance counted with cinema marginal's musa Helena Ignez who shared the stage with us and sang it with Eliete. It's worth saying that we also wrote O Bandido as love declaration to Helena.

Watch here Tetine performing another incarnation of 'O Bandido' - as part of the programme of ON_OFF at Itau Cultural where we exhibited for the first time our film-performance 'The 4th World / An Animal With The Demand To Make Choices'. Below is documentation of an excerpt from the 4th World performed at the auditorium of Itau Cultural.




O Bandido (Bruno Verner / Eliete Mejorado) - track from the album 'In Loveland With You' (Slum Dunk 2013)

Bruno Verner - programming, bass, vocals
Eliete Mejorado - vocals


O Bandido 

1

Decretado hoje o Estado de Sítio no país
Um faroeste sobre o terceiro mundo
Da favela do Tatuapé pro mundo
O peixe morre pela boca, o peixe sempre morre pela boca
Cinco minutos de leite de coco… muito leite de coco
Não sou canhoto e não gosto da minha profissão
Eu, o bandido mascarado
Que não respeita a mulher nem a propriedade de ninguém
Meu fraco é mortadela
2

Ninguém sabe realmente a nacionalidade
E muito menos a identidade desse jovem criminoso
Subdesenvolvido? Brasileiro? Cubano? Mexicano? Favelado? Português?
Quem tiver de sapato não sobra
O motorista poderá sobreviver, mas caolho
A Amazônia também é Brasil
E o petróleo? é nosso!
O petróleo é nosso
3
Tentei me matar com tinta óleo mas nao deu pé
Agora vou ficar com a tua mulher
E nem um pio
Nem um pio
Sai de lá faz 15 anos
Da favela do Tatuapé pro mundo
Eu tinha que avacalhar
Um cara assim só podia avacalhar
Eles me chamam de pistoleiro mas eu não sou ladrão
Eu não sou ladrão
4
O terceiro mundo vai explodir e quem tiver de sapato não sobra
Minha mãe tentou me abortar pra eu não morrer de fome
É preciso pecar em dobro
E quem tiver de sapato não sobra
É que a Amazônia também é Brasil
Sozinho a gente não vale nada
Sozinho ninguém vale nada!

5

E essa é a verdadeira história de um homem que bebia uma
garrafa de whisky estrangeiro por dia.
Inventor do macete para ganhar no bicho
E inventor do método do violão mágico por correspondência
A Terceira Guerra já começou e ninguém tá dando bola
5 minutos de leite de coco… muito leite de coco
Quando a gente não pode fazer nada a gente avacalha
Um cara assim só podia avacalhar
6
Que miséria meu filho? Que miséria?
Um país sem miséria é um país sem folclore
E um país sem folclore é um país sem turistas
A união faz a força e você faz o que minha filha?
Curto circuito na favela do Tatuapé
O motorista poderá sobreviver, mas caolho
Agora vou ficar com a tua mulher e nem um pio
Nem um pio
7

É preciso pecar em dobro
É preciso pecar em dobro
O terceiro mundo vai explodir e quem tiver de sapato não sobra
Traz whisky pra todo mundo que o rei da boca paga
Viva a pobreza! Viva a pobreza!
Meu verdadeiro sonho era formar os Estados Unidos da América
Sozinho a gente não vale nada
8
O negócio é ser grosso
Taco fogo e me mando pra Acapulco, México
Vigia tem que morrer
Quem ganha 80 contos pra guardar 80 milhões tem que morrer
O terceiro mundo vai explodir
E quem tiver de sapato não sobra
Deus?
Deus não existe
É preciso pecar em dobro
É preciso pecar em dobro
9

É preciso pecar em dobro
Que miséria meu filho? Que miséria?
Curto circuito na favela do Tatuapé
Um país sem miséria é um país sem folclore
E um país sem folclore é um país sem turistas
A união faz a força
Traz whisky pra todo mundo
Sozinho a gente não vale nada
Sozinho ninguém vale nada

E dai?


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Tuesday 25 August 2015

Quiet version of "To Burn" during soundcheck - Tetine & Arnaldo Baptista


Quiet version of "To Burn" during soundcheck -  excerpt from song by Tetine & Arnaldo Baptista taken from the album In Loveland With You ( Slum Dunk 2013)

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Friday 21 August 2015

THE 4TH WORLD / AN ANIMAL WITH THE DEMAND TO MAKE CHOICES - a film by TETINE ( Bruno Verner & Eliete Mejorado)

'The 4th World / An Animal With The Demand To Make Choices'  - a film by Tetine // exhibited as part of ON_OFF in Sao Paulo at Itau Cultural / Jul 2015 SP

Excerpt from a interview a few weeks before we completed the film
B.V "O nosso quarto mundo é melancólico, reflexivo, crítico. Tem uma catarse silenciosa nele e tem também o estranhamento Brecthiano de maneira bem marcante….por enquanto estamos seguindo nesse mood durante a performance toda.  Acho que The 4th World evoca a ilusão de um 'futuro-mentira' que nunca chega…. como um 'futuro-esperado' que esta sempre atrelado a um passado recente ou mesmo distante que ja foi vivido, uma expectativa. O mood do filme é atmosferico e tem elementos biológicos e construtivistas. Imagens cotidianas, motivos textuais, motivos teóricos, desconstrução.….acho que o nosso quarto mundo lembra performances do Tetine que fazíamos no começo, tem uma visceralidade na historia e um caráter meio pos-estruturalista punk e expressionista ao mesmo tempo. 
No fundo estamos examinando a impossibilidade de ‘troca’ (afetiva, cultural, psicológica, linguistica etc) no tempo-presente e em situações de precariedade no sentido filosófico, ecológico da ideia. O filme também  investiga a relação entre precariedade e transcedencia. E portanto a impossibilidade de entrar em transcendência no presente-perpetuo em função dessa precariedade. 
A impossibilidade da troca e de ação entre as pessoas e também entre as "linguagens” no sentido semio-capitalista do termo - o impacto burocrático-tecnologico-climatico de uma maquina invisível a serviço do capitalismo financeiro onde tudo é transforma em produtividade.  Diria que tem sim algo apocalíptico, e eh um tanto niilista tb ! :-) Pelo menos ate agora.  
O elemento essencial é a ideia de PRECARIEDADE onde as sensibilidades cognitivas estão trancadas em repetição no espaço virtual e na esfera publica. 


Bruno Verner, Jun 2015

Below a collection of stills from the film.


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